A UNIVERSIDADE COOPERATIVA INTERNACIONAL é :
-uma cooperativa de pesquisa em saúde mundial, multidisciplinar, baseada em teorias críticas e Epistemologias do Sul
- uma oficina de formação para a pesquisa pela pesquisa (seminários, doutoramentos internacionais, Escola de Verão, jornadas de estudo, colóquios internacionais, ...) ;
- um terceiro espaço de experiências de dispositivos críticos de promoção emancipatória da saúde (cooperativas, dispositivos alternativos de prevenção, de saúde comunitária, escola de eco-saúde)...
A UNIVERSIDADE COOPERATIVA INTERNACIONAL (LUCI) nasceu na Casa do Povo em Paraty, Brasil, em julho de 2019, como parte de uma longa cooperação, no âmbito de uma rede de saúde pública crítica internacional e europeia que visa o desenvolvimento da promoção emancipatória da saúde. A sua sede está localizada no Campus Condorcet, Paris (França) desde setembro de 2020. O seu estatuto jurídico de Sociedade Cooperativa de Interesse Colectivo (SCIC) e de GIS está em curso.
LUCI é uma cooperativa, um dispositivo administrativo e jurídico alternativo para a pesquisa.
LUCI baseia-se nas teorias críticas e nas Epistemologias do Sul . Privilegia tanto os dispositivos favoráveis à cooperação (através da educação, da intervenção social, das experimentações sociais, da pesquisa-ação, as cooperativas...) como os dispositivos de emancipação através do apoio às lutas dos movimentos sociais contra odas as formas de invisibilização e de extractivismos.
LUCI desenvolve as ligações entre os saberes, os conhecimentos, as experiências do mundo humano, animal e do planeta, elaborando co-presenças disciplinares, os inter-conhecimentos e os saberes das comunidades invisibilizadas. Apoia as lutas para enfrentar os desafios associados às pandemias num contexto de alterações climáticas e de riscos para a democracia.
LUCI coloca em ressonância saberes, conhecimentos e experiências de diferentes territórios vulneráveis e vulnerabilidades contra as soberanias extrativistas, sejam elas epistemológicas, ecológicas, sanitárias, humanitárias ou educativas. Luta contra todas as formas de configurações biopolíticas que são desafios à soberania e produzem desigualdades socioterritoriais de saúde à escala dos territórios, subnacional, ou mundial.
LUCI visa trabalhar as epistemologias da pesquisa nos diferentes campos de práticas de saúde das populações, onde nascem muitas das desigualdades, através de uma cooperativa de pesquisas críticas pluri- inter-multidisciplinares e de olhares cruzados críticos num diálogo pluricultural, envolvendo diferentes línguagens científicas, artísticas, populares e militantes.
LUCI recusa um sistema abstracto de causalidades destrutivas . Apoia e promove a transmissão, a circulação e a publicação para além dos conhecimentos académicos situados, histórica e geopoliticamente determinados. Estuda as traduções transculturais, transgeracionais, transfronteiriças das ecologias dos saberes para superar as dinâmicas de homogeneização à escala mundial. LUCI apoia a publicação em língua francesa dos trabalhos sobre as teorias críticas e as Epistemologias do Sul para a sua maior difusão.
LUCI questiona, continuamente, a construção social e política do imperialismo da ciência do conhecimento universal. Interessa-se pela pluriversalidade, pela crítica dos quatro campos em que tem sido definida a universalidade : o bios, o logos, o mythos, e o ethos, no sentido não individual, mas do ethos de um povo que contém um certo número de modalidades imperativas ou deontológicas (da ordem do comando social, moral ou religioso...)
LUCI não apoia a resiliência em sua forma ideológica de adaptação e tecnologias de consentimento para com a realidade existente, pois contribui para a degradação do mundo, alimentando-se de uma ignorância organizada influenciada pela razão catastrófica.
LUCI apoia a implementação de políticas públicas de saúde éticas, transformadoras e democráticas, favoráveis à tradução das línguas nas práticas de promoção da saúde emancipatória da saúde para todos e com todas as populações dos territórios vulneráveis ou vulnerabilizados, com todas as suas diversidades (sociais, económicas, culturais, de sexos, de género...)
LUCI procura articular quatro dimensões da justiça : social, ambiental, sanitária e cognitiva. desenvolvidas a partir de quatro áreas de conhecimento : a saúde coletiva, a ecologia política, as educações críticas, as teorias críticas e Epistemologias do Sul.
LUCI coopera (no âmbito de cooperações de pesquisa e formação) com uma vasta rede de universidades, laboratórios em Ciências Humanas e Sociais e em saúde pública crítica, em França, na Europa e a nível internacional, com um conjunto de ONGs, associações, movimentos sociais e representantes das comunidades.
LUCI, desde a sua criação, propõe um seminário de doutorado internacional de periodicidade anual, e promove diferentes jornadas de estudos e colóquios. Dá apoio aos dispositivos cooperativos, metodológicos e conceptuais através de dispositivos experimentais de prevenção coconstruídos com estudantes, movimentos sociais, populações e universitários. Organiza anualmente Universidades de Outono e Escolas de Verão.
LUCI trabalha com a Escola de Doutorado em Ciências Sociais de Paris 8 e o CES de Coimbra na conconstrução de um Doutoramento Internacional em Saúde Mundial a partir de teorias críticas e Epistemologias do Sul, envolvendo com os seus membros fundadores
- A UMR CNRS LADYSS 7533 Paris 8, (França) https://www.univ-paris8.fr/UMR-7533-Laboratoire-dynamiques-sociales-et-recomposition-des-espaces-LADYSS da Universidade Paris 8 (França)
- O Centro de Estudos Sociais de Coimbra (Portugal) (https://www.ces.uc.pt/en) na Universidade de Coimbra ( Portugal)
- O LARTES – IFAN em Dacar (Senegal) http://lartes-àifan.org/ à Universidade Cheik Anta Diop em Dacar (Senegal)
- Jacqueline Descarpentries, Fundadora da LUCI, UMR CNRS LADYSS 7533- Paris 8, Universidade de Paris 8. jacqueline.descarpentries@univ-paris8.fr